É estranho pensar em como algumas
coisas tem uma espécie de poder sobre você e podem te proporcionar tantas
emoções de uma só vez...e é assim com o futebol, mas precisamente com o Galo.
Acho que quem realmente torce por um
time vai se identificar com o texto, os outros, aqueles que simpatizam,
acompanham de vez em quando ou não gostam do esporte vão achar que sou uma
louca, mas tudo bem, já estou acostumada com isso.
Sempre que conto feliz que já passei
sete dias na fila de ingressos, dormi em barraca no frio pra garantir presença
em um jogo ou que levo a bandeira até em uma viagem de mergulho com a família,
as pessoas falam que isso passa dos limites. Sempre que exibo orgulhosamente minha
coleção de camisas e objetos, que paro o que estiver fazendo para assistir os
jogos ou que saio de casa com o tempo nublado e chuvoso para ir ao campo,
escuto que sou doida. Mas sabe o que é isso? É amor. Sim, amor mesmo. E, como
em todo texto que envolve amor, tenho que falar aquele clichê: “é simplesmente
impossível explicar”, mas falo isso porque é verdade, é realmente impossível.
Então seria bobagem tentar, né? Vou apenas citar um conjunto de sentimentos
inexplicáveis que vão fazer sentido para muitos, mas que, para outros, vai
parecer a coisa mais idiota do mundo (já ouvi muito isso também...).
Tantos exemplos passam pela minha
cabeça, afinal, é uma paixão que vem de berço. Porém, nada mais atual que a
libertadores 2013. Nada me convence de que houve um campeonato mais emocionante
na história do futebol. Pode ser só o clubismo falando, mas nunca vi tantos
acasos. E esse tanto de ‘acasos’ resultaram em um único final: Atlético Mineiro
campeão. Só de ser campeão já seria emocionante, afinal, era um título inédito,
mas esse teve escorregão de jogador que sairia livre na cara do gol, apagão de
refletores, pênalti que mudaria tudo no último lance do jogo, defesa histórica
do goleiro, mais pênaltis, gols nos acréscimos, gritos, lágrimas, explosão. Só
de lembrar eu já arrepio. Agora pensa viver tudo isso? Aliás, pensa só no
acréscimo das quartas de final contra o Tijuana, no momento em que o juiz
marcou o pênalti já tem um mix de sentimentos contraditórios: ao mesmo tempo você
pensa que acabou o sonho, que o Victor vai pegar, que o jogador vai isolar, que
a bola vai bater na trave, pensa até que o juiz vai desmarcar o que ele já
sinalizou. Só de ver o gesto que aponta pra marca do pênalti já escorre a
lágrima que denuncia que ‘já era’, mas tem uma esperança meio sem sentido que
espera que alguma coisa aconteça, qualquer coisa...e aconteceu: São Victor!
Agora sério, dá pra explicar uma coisa assim? E olha que isso foi questão de um
minuto. Imagina o resto. Imagina o apito final do último jogo. Imagina ser campeão.
Cada torcedor tem sua história
própria, um momento marcante onde extravasou a emoção mais genuinamente pura
gritando apenas GALO e essa uma palavra traduzia um milhão de sentimentos
inexplicáveis. Mas claro, nem só de alegrias é feito o amor, logo, não poderia
ser diferente com o futebol. No campo, a torcida se une quase que como uma
família, se abraça forte até àqueles que você nunca viu no momento de um gol e
derrama lágrimas realmente dolorosas no ombro do colega de arquibancada num
choro entendido por milhares quando vem uma derrota ou uma desclassificação. É
nesse poder que está a mágica do futebol.
E pode me chamar de louca, se for
loucura arrepiar ao ouvir o hino do Galo, ao ver a torcida cantando ou ao ver o
escudo na camisa/bandeira; pode me chamar de boba, se for bobagem chorar de
emoção; pode me chamar de fanática, se for fanatismo amar o Clube Atlético
Mineiro, o preto e o branco e a história que ele carrega há 106 anos. Mas, para quem realmente é atleticano, nada
disso precisa ser explicado, porque a mística que envolve o clube, a camisa ou
um dia de jogo faz tudo ter sentido.
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