sexta-feira, 22 de agosto de 2014

História dos Clássicos: San-São

               O San-São é o nome do clássico dado no confronto entre Santos e São Paulo. É o jogo entre os prováveis dois maiores times do Brasil e os dois maiores vencedores internacionalmente do país. É de costume o vencedor deste clássico ser aquele que vive um pior momento, mas em caso de disputa de títulos o vencedor costuma ser o que tem o melhor time.
                O primeiro jogo entre essas duas equipes ocorreu em 11 de maio de 1930 na Vila Belmiro e o placar foi de 2 a 2. A partida era válida pelo Campeonato Paulista daquele ano, sendo o clube do Morumbi o segundo colocado e o Santos o quarto. Juntos, as equipes somam 84 títulos oficiais, sendo destes 20 internacionais e 15 nacionais.

Dados Gerais:
Total de jogos: 290.
Total de gols: 906.
Vitórias do Santos: 95.
Gols do Santos: 415.
Vitórias do São Paulo: 126
Gols do São Paulo: 491
Maior público pagante: 122.209 (São Paulo 1 x 0 Santos – 16 de novembro de 1980)
Maior goleador: Pelé (Santos) 31 gols.

O dia que o time de Pelé fugiu de campo:

A tarde de 14 de agosto de 1963, uma quinta-feira, acabou entrando para a eternidade, principalmente pela façanha dos 11 heróis tricolores diante da máquina de jogar bola, chamada Santos, de Pelé e cia. Talvez o melhor de todos os tempos. E esse Santos, atual campeão mundial de clubes (que viria a ser bi naquele mesmo ano), dava como favas contadas o clássico diante do São Paulo. A equipe santista era notável. Contava com craques do nível do goleiro Gilmar (bicampeão do mundo pela Seleção), do zagueiro Mauro Ramos (ex-São Paulo e também bi pelo Brasil), do volante Zito (outro bi-mundial) e dos atacantes Coutinho, Pelé e Pepe, que dispensam maiores comentários. Já o São Paulo era um time modesto, mas contava, porém, com atletas de um quilate de Pagão, Bellini (capitão do primeiro mundial brasileiro em 58) e Roberto Dias, um dos maiores zagueiros da história do futebol.
O show no Pacaembu começou logo aos cinco minutos de jogo. O volante Faustino fez o primeiro, deixando o Santos atordoado com o gol repentino. Ferido, o Santos foi para cima e Pelé, referência absoluta dos praianos, era incansavelmente marcado pelo pequenino Dias. O Rei não aguentava tamanha "perseguição". Aos 21, Pelé, sempre ele, empatou. Aos 37, o atacante Benê marcou o segundo tento tricolor. Antes do final da primeira etapa, delírio no Pacaembu: Sabino fez o terceiro. Aliás, o próprio era apelidado de Pelé II, pela grande semelhança (física) com o Rei. Pelé, possesso, peitou o árbitro Armando Marques com o apoio de Coutinho, sendo ambos expulsos. O clima no vestiário praiano não era dos melhores. O Santos voltou para o gramado sem Aparecido. Na sequência, Pepe caiu no gramado aparentando uma contusão. O Tricolor não se importou com o desespero santista e, aos sete, Pagão marcou o quarto. Logo após o quarto tento tricolor, Dorval também disse estar sentindo contusão. Com seis homens em campo, o Santos ficou impossibilitado de prosseguir, e o árbitro Armando Marques encerrou a partida, conhecida como o Jogo dos 54 minutos. A manchete do jornal A Gazeta Esportiva do dia seguinte foi "Santos fugiu do campo!".

Artilheiro dividido:

                O maior artilheiro da história do San-São é Pelé, mas este dispensa qualquer tipo de apresentação não é mesmo? O segundo artilheiro também é bastante conhecido de todos, mas ele tem uma história curiosa envolvendo os dois clubes. Serginho Chulapa tem 26 gols no clássico, marcando 20 pelo São Paulo e 6 pelo Santos. É também o maior artilheiro da história do Tricolor Paulista com 242 gols e santista declarado. Jogou no São Paulo por nove anos e pelo Santos teve quatro curtas passagens já experiente.
Além dos muitos gols, as confusões se tornaram a marca registrada do jogador, como a briga com Mauro num jogo entre Santos e Corinthians, a agressão ao goleiro Emerson Leão, após uma expulsão, e aos repórteres que estavam no campo depois do término do jogo final com o Flamengo em 1983, no primeiro vice-campeonato brasileiro do Santos. Mas também contava que não gostava de viajar, e quando o jogo era relativamente longe de São Paulo (São José do Rio Preto, por exemplo), dava sempre um jeito de ser expulso no jogo anterior com o objetivo de receber a suspensão automática de um jogo.
Na final do Campeonato Brasileiro de 1981 entre São Paulo e Grêmio vencido pelos gaúchos em pleno Morumbi, Serginho Chulapa mostrou todo o seu temperamento explosivo e foi expulso, depois de trombar e posteriormente pisar em Emerson Leão.

Sem dó:

                Em 1944 em jogo válido pelo Campeonato Paulista o Santos sofreu a maior goleada do clássico. Um sonoro 9 a 1 com show no Pacaembu do artilheiro daquela edição Luizinho. O Santos começou o jogo bem e inclusive abriu o placar aos 11 minutos com gol de Solar. O Tricolor Paulista demorou em empatar, tendo ocorrido à igualdade apenas aos 27 minutos com o gol de Pardal. O empate entretanto abalou mais o time Santista que normalmente ocorrera e aos 38 minutos Pardal vira a partida em cobrança de pênalti. Antes do apito final do primeiro tempo ainda houve tempo para Remo marcar o terceiro.
                O segundo tempo foi ainda mais avassalador e o clube do Morumbi marcou seu quarto gol logo aos 3 minutos. Aos 11 minutos com Luizinho e aos 17 com Tim, o Tricolor marcava o seu quinto e sexto gol, deixando os Santistas no chão. Com o placar elástico, o São Paulo troca passes fazendo a plateia delirar e o Alvinegro perder mais a cabeça. Ari Silva é expulso ao dar um pontapé em Luizinho e aos 27 minutos o artilheiro não perdoa e cabeceia firme para marcar o sétimo gol. O oitavo saiu dos pés de Sastre após cruzamento de Pardal e o nono há poucos minutos do fim com o gol de Remo. Humilhante e histórico.

Tri eliminado:

Recentemente o confronto entre Santos e São Paulo na fase de mata-mata do Campeonato Paulista está sendo desigual. O tricolor foi desclassificado por três vezes consecutivas (2010/2011/2012) e em todas o Peixe se consagrou campeão. Na competição de 2010 o Alvinegro praiano foi superior durante toda a competição, tendo uma vantagem de 10 pontos na fase classificatória para o segundo colocado (Santo André). O time contava com a volta de Robinho e ainda tinha Neymar e Ganso em excelente fase. Na semifinal o Santos venceu por 6 a 2 no placar agregado.
Em 2011 foi o São Paulo o melhor colocado na fase classificatória, mas nas semifinais caiu novamente para o Santos dentro do Morumbi e perdendo o jogo por 2 a 0. Em 2012 na fase classificatória o Tricolor tornou a ficar na frente do Santos, mas mais uma vez caiu dentro do Morumbi para um Neymar motivado e um sistema defensivo cheio de falhas com Piris, Paulo Miranda e Dênis.

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