sábado, 15 de fevereiro de 2014

História dos Clássicos: Derby Paulista.

                Derby Paulista ou O Derby é o nome pelo qual é conhecido o duelo paulista entre os clubes de futebol Sport Club Corinthians Paulista e Sociedade Esportiva Palmeiras. É o clássico mais tradicional e de maior rivalidade entre dois clubes de futebol na cidade de São Paulo, já que reúne as agremiações paulistanas ainda na ativa mais antigas. Foi o jornalista Tomás Mazzoni quem batizou a rivalidade como O Derby, em referência à mais importante corrida de cavalo do mundo, o Derby de Epsom.
Derby Paulista
O Corinthians surgiu em 1910, associado às camadas mais populares da sociedade paulistana. Quatro anos depois, o Palmeiras surgiu como o representante da imensa comunidade italiana de São Paulo, com o nome de Palestra Itália - o nome Sociedade Esportiva Palmeiras só foi adotado em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial quando sofreu perseguição.
Corinthians e Palmeiras já decidiram diversos campeonatos de diversos níveis e vagas importantes. Campeonatos Paulistas, Rio-São Paulo e até mesmo Campeonato Brasileiro já tiveram em sua decisão o Derby Paulista. Até mesmo decidindo vaga na Copa Libertadores da América esse clássico já ocorreu. Em 1999 o Palmeiras eliminou o Corinthians nas quartas de finais e seria campeão daquela edição mais tarde. Já em 2000 a vitória alviverde foi nas semifinais e seria vice-campeã para o Boca Juniors.
É por causa desses números, que este é o clássico que mais vezes disputou finais ou vagas importantes na história do futebol brasileiro. Tamanha rivalidade também chegou nas telas dos cinemas, com o filme “O Casamento de Romeu e Julieta” em 2005. O clássico de Shakespeare foi adaptado a nossa sociedade moderna, aonde Julieta é filha de um fanático Palmeirense, enquanto Romeu é líder de uma torcida corintiana.

Dados gerais:

Total de jogos: 342.
Total de gols: 950
Vitórias do Palmeiras: 121.
Gols do Palmeiras: 496.
Vitórias do Corinthians: 118.
Gols do Corinthians: 457.
Empate: 103.
Maior público pagante: 120.902 (Palmeiras 1 x 0 Corinthians) – 22 de dezembro de 1974.
Maior artilheiro do clássico: Cláudio (Corinthians) – 21 gols.

8x0 Anos da maior goleada:

                Um pouco mais de três meses atrás, a maior goleada entre Palmeiras e Corinthians completou 80 anos. O jogo ocorreu no dia 5 de novembro de 1933 e o que tudo indicava ser um domingo comum de clássico se transformou em um marco histórico. Um placar desta magnitude surpreendeu a todos, porém a vitória do Palestra já era esperada por ter um time melhor e por já ter vencido o rival no primeiro turno também por uma goleada, só que um pouco mais “modesta”, por 5 a 1.
                Foi uma época difícil para o Corinthians, já que entre 1931 e 1933 o clube sofreu cinco das suas maiores goleadas na história (Santos 7 a 1 e posteriormente 6 a 0, Botafogo-RJ 7 a 1 e São Paulo 6 a 1, além é claro desta contra o Palmeiras).
                Romeu Pellicciari foi o nome da partida marcando três gols nos 36 minutos iniciais e depois mais um na etapa complementar. Imparato fez mais três gols e Elisio Gabardo fechou a conta (não necessariamente nesta ordem). Depois desse jogo, algo que se repetiriam mais vezes ao longo da história, inclusive recentemente, foi a “invasão” de cerca de 500 sócios foram a sede do clube exigir a saída de toda a diretoria.

FICHA TÉCNICA
Palestra Itália 8 x 0 Corinthians
Estádio: Palestra Itália
Data: 05/11/1933
Local: São Paulo-SP
Árbitro: Haroldo Dias de Mota

Palestra Itália: Nascimento; Carnera e Junqueira; Tunga, Dully e Tuffy; Avellino, Gabardo, Romeu Pellicciari, Lara e Imparato. Técnico: Humberto Cabelli

Corinthians: Onça; Rossi e Bazani (Nascimento); Jango, Brancário e Carlos; Carlinhos, Baianinho, Zuza, Chola e Gallet. Técnico: Pedro Mazzulo

O Gerente:

                Claudio Christovam de Pinho, também conhecido como “Gerente”, por ser o líder do time corintiano na década de 40 ao lado de outros grandes jogadores como Baltazar, Luizinho Pequeno Polegar e Mario Carbone. É o maior artilheiro da história do clube do Parque São Jorge com 306 gols em 554 partidas e também o maior artilheiro do principal clássico do clube, o Derby Paulista, marcando 21 gols.
                Tinha uma técnica refinada e era extremamente perigoso nas bolas paradas, tanto como escanteio, quanto falta. Uma das suas principais jogadas eram os cruzamentos, que direcionados na cabeça de Baltazar, o “Cabecinha de Ouro”, quase sempre resultavam em gols.
                Foi revelado no Santos e curiosamente teve passagem por todos os quatro grandes clubes do estado, ganhando um título Paulista no Palmeiras em 1942 e outros seis títulos no Corinthians (três Paulistas e três Rio-São Paulo), além de uma Copa América com a Seleção Brasileira (1948) e uma Copa Rio Branco (1947).
                Morreu em 2000 vitima de um ataque cardíaco em Santos, cidade onde nasceu.

O Tetra que viraria Octa:

                Em 1994 Corinthians e Palmeiras disputaram a final do Campeonato Brasileiro e a expectativa para ambos os clubes era grande. Ambos tinham grandes jogadores. Do lado do time alviverde tinha grandes nomes trazidos pela parceria de cogestão com a multinacional Parmalat. Rivaldo, Flávio Conceição, Edmundo, Zinho e Antônio Carlos, com a companhia ainda de Velloso, César Sampaio e Evair, eram
comandados por Vanderlei Luxemburgo. Já a escalação do técnico Jair Pereira contava com Ronaldo, Marcelinho Carioca, Viola, Marcelinho Paulista, Souza, Marques e o rodado Branco.
Como havia vencido o primeiro jogo por 3 a 1, jogando no Pacaembu, o Palmeiras poderia até perder pela mesma diferença na volta para ser campeão brasileiro pela quarta vez, porque possuía a melhor campanha até então. Quando a bola rolou, diante de pouco mais de 35 mil espectadores, quem abriu o marcador foi a equipe do Parque São Jorge, com gol de Marques logo aos três minutos. O clássico seguiu muito disputado e teve três expulsões (Branco e Luizinho, pelo Corinthians, e Zinho, pelo Palmeiras), porém o placar não se alterava. Até que Rivaldo, aos 36 da etapa final, empatou e deu números finais, findando o sonho alvinegro.

FICHA TÉCNICA
Palmeiras 1 x 1 Corinthians

Data:18/12/94 Domingo
Local: Pacaembu (São Paulo-SP); 
Público: 35.217;
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG);
Gols: Marques 3' do 1º; Rivaldo 36' do 2º;
Cartões Amarelos: César Sampaio, Antônio Carlos, Ronaldo, Branco,
Gralak e Marcelinho Carioca;
Expulsões: Zinho, Branco e Luizinho

Palmeiras: Velloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Wágner;
César Sampaio, Flávio Conceição (Amaral), Zinho e Rivaldo;
Edmundo (Tonhão) e Evair. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Corinthians: Ronaldo, Paulo Roberto Costa, Henrique, Gralak e
Branco; Luizinho, Marcelinho Paulista e Souza (Tupãzinho);
Marcelinho Carioca, Viola e Marques. Técnico: Jair Pereira.

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