Vemos
casos polêmicos no mundo todo e a todo tempo. Aqui no Brasil, o incidente do
atacante Grafite (então no São Paulo) e o zagueiro Desábato (na ocasião no
Quilmes) em uma partida pela Libertadores de 2005 é bastante marcante, pois o
argentino teve sua prisão decretada ainda no gramado do Morumbi. Também temos
outros casos do zagueiro Danilo que atuava no Palmeiras com o zagueiro Manoel
do Atlético Paranaense, ou ainda mais antigo, o do ex-zagueiro Antônio Carlos
atuando pelo Juventude com o volante Jeovânio do Grêmio, no Campeonato Gaúcho
de 2006.
Na
Europa é bastante comum vermos esse tipo de atitude partindo das arquibancadas,
como por exemplo, os diversos casos que a torcida extremista da Lazio (clube
italiano) proporciona, ou então até a polemica recente que está acontecendo na
Rússia em relação à Copa do Mundo, que pode sofrer um boicote de jogadores
negros caso as atitudes racistas não parem no país.
Porém,
o que mais me impressiona é justamente essa hipocrisia que existe no futebol em
relação ao preconceito. Os negros já sofreram no passado uma forte censura em
relação a atuar pelos times, muitos torcedores e dirigentes se negavam a
aceitar o fato de um de seus jogadores não serem brancos, hoje isso é tratado
como total abominação, porém esta acontecendo um problema muito parecido com o
que vivemos no começo do século passado.
O
preconceito homossexual no futebol existe e é tratado como leviandade ou até
mesmo piada por todos envolvidos, exceto por aqueles que sofrem é claro. Já
pararam pra pensar que a situação é bem parecida com o que ocorreu com os
negros? Vamos citar o recente caso do atacante Emerson do Corinthians que
divulgou uma foto beijando seu amigo. Supondo que ele realmente fosse
homossexual, qual o problema de atuar pelo Corinthians ou em qualquer outro
clube? Afinal, chegamos ao ponto de torcedores irem à porta do CT Corintiano
protestar contra essa atitude do jogador, com faixas dizendo: “Vai beijar a
PQP”, “aqui é lugar de homem”, “Viado não”. Já parou pra pensar que antigamente
o pensamento era “Aqui é lugar de branco”, “Negro não”? Rolou até um “papo”
entre o jogador e membros da maior organizada do clube.
É
engraçado pensar que muitos torcedores abominam os gremistas por serem
“racistas” e chamarem seus rivais colorados de macacos, mas acham normal
chamarem são paulinos de bambis, cruzeirenses de marias, tricolores cariocas de
“viados”, entre outros apelidos que adjetivam o rival de homossexual.
Outra
grande polemica que também envolve o Corinthians, é a nova torcida organizada
especialmente para homossexuais: As Gaivotas Fiéis. Esse caso já gerou e vai
gerar bastantes discriminações e realmente não acredito que no estádio as
coisas vão acabar bem. A primeira medida tomada foi o processo que a Gaviões da
Fiel moveu devido ao plágio do símbolo, por mais que realmente tenha ocorrido e
sem autorização, é notório que a atitude foi motivada justamente para inibir de
maneira preconceituosa as Gaivotas. Ainda se tratando das Gaivotas, existe o
lado que a própria torcida age preconceituosamente, afinal, se eles querem
tanto serem iguais, a partir do momento que eles se separam criam já essa “diferença”.
O
preconceito é um assunto delicado e deve ser bastante refletido pela sociedade
e ser tratado de forma igual para todos os tipos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário