quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Preconceito no futebol.


              O futebol brasileiro é um reflexo de sua sociedade e assim como no cotidiano, nele também está incluso muito preconceito. Não só no Brasil, mas no mundo todo vemos bastantes casos de preconceito. O que costuma ser mais rotineiro e que choca a maioria das pessoas é o preconceito racial, principalmente com os negros.
                Vemos casos polêmicos no mundo todo e a todo tempo. Aqui no Brasil, o incidente do atacante Grafite (então no São Paulo) e o zagueiro Desábato (na ocasião no Quilmes) em uma partida pela Libertadores de 2005 é bastante marcante, pois o argentino teve sua prisão decretada ainda no gramado do Morumbi. Também temos outros casos do zagueiro Danilo que atuava no Palmeiras com o zagueiro Manoel do Atlético Paranaense, ou ainda mais antigo, o do ex-zagueiro Antônio Carlos atuando pelo Juventude com o volante Jeovânio do Grêmio, no Campeonato Gaúcho de 2006.
                Na Europa é bastante comum vermos esse tipo de atitude partindo das arquibancadas, como por exemplo, os diversos casos que a torcida extremista da Lazio (clube italiano) proporciona, ou então até a polemica recente que está acontecendo na Rússia em relação à Copa do Mundo, que pode sofrer um boicote de jogadores negros caso as atitudes racistas não parem no país.
                Porém, o que mais me impressiona é justamente essa hipocrisia que existe no futebol em relação ao preconceito. Os negros já sofreram no passado uma forte censura em relação a atuar pelos times, muitos torcedores e dirigentes se negavam a aceitar o fato de um de seus jogadores não serem brancos, hoje isso é tratado como total abominação, porém esta acontecendo um problema muito parecido com o que vivemos no começo do século passado.
                O preconceito homossexual no futebol existe e é tratado como leviandade ou até mesmo piada por todos envolvidos, exceto por aqueles que sofrem é claro. Já pararam pra pensar que a situação é bem parecida com o que ocorreu com os negros? Vamos citar o recente caso do atacante Emerson do Corinthians que divulgou uma foto beijando seu amigo. Supondo que ele realmente fosse homossexual, qual o problema de atuar pelo Corinthians ou em qualquer outro clube? Afinal, chegamos ao ponto de torcedores irem à porta do CT Corintiano protestar contra essa atitude do jogador, com faixas dizendo: “Vai beijar a PQP”, “aqui é lugar de homem”, “Viado não”. Já parou pra pensar que antigamente o pensamento era “Aqui é lugar de branco”, “Negro não”? Rolou até um “papo” entre o jogador e membros da maior organizada do clube.
                É engraçado pensar que muitos torcedores abominam os gremistas por serem “racistas” e chamarem seus rivais colorados de macacos, mas acham normal chamarem são paulinos de bambis, cruzeirenses de marias, tricolores cariocas de “viados”, entre outros apelidos que adjetivam o rival de homossexual.
                Outra grande polemica que também envolve o Corinthians, é a nova torcida organizada especialmente para homossexuais: As Gaivotas Fiéis. Esse caso já gerou e vai gerar bastantes discriminações e realmente não acredito que no estádio as coisas vão acabar bem. A primeira medida tomada foi o processo que a Gaviões da Fiel moveu devido ao plágio do símbolo, por mais que realmente tenha ocorrido e sem autorização, é notório que a atitude foi motivada justamente para inibir de maneira preconceituosa as Gaivotas. Ainda se tratando das Gaivotas, existe o lado que a própria torcida age preconceituosamente, afinal, se eles querem tanto serem iguais, a partir do momento que eles se separam criam já essa “diferença”.

                O preconceito é um assunto delicado e deve ser bastante refletido pela sociedade e ser tratado de forma igual para todos os tipos.

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