segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Paixão de Torcedor - Gabrielly Steffany

Nasci em 1999, e a paixão pela Ponte, nasceu junto comigo, como uma tatuagem, veio escrita em meu coração. Meu pai, sempre foi Pontepretano desde 1977, tinha jogo da macaca? Ele estava lá, e sempre me levou em jogos, por mais que eu não entendia nada daquilo tudo, me fazia bem ficar no meio da galera, cantando, cada jogo mais eu fui gostando da macaca. Em 2005 acho que foi o primeiro jogo que eu assisti prestando atenção na bola, e não nos cantos, daí pra lá, fui crescendo lendo notícias no jornal, perguntando pro meu pai todo santo dia: Hoje tem jogo? [acho que ele até enjoava, eu achava que tinha jogo todo dia].
Cresci vendo meu pai quebrar muitos rádios com derrotas inacreditáveis, cresci vendo ele chorar, a cada gol, ou a cada vez que cantasse o hino, passando essa paixão inexplicável de pai pra filho, primeiro meus 2 irmãos mais velhos, até chegar a mim. Um jogo que ficou marcado foi a final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, eu assisti aquele jogo, com lágrimas nos olhos, até ali, eu nunca tinha ficado com o coração tão disparado em um jogo, infelizmente perdemos, e fomos apenas vice-campeões, um ano depois, comemorei o título de campeã do Interior paulista, também não me esqueço daquele momento. Fui crescendo com isso, indo sempre ao estádio, aprendendo músicas, o hino, o nome das torcidas organizadas e dos jogadores.
Eu sempre tive um grande sonho, conhecer os jogadores da Ponte Preta, e tive uma experiência que jamais deixarei de recordar na minha vida inteira. Na noite do meu aniversário, dia 19 de Março, resolvi mandar uma mensagem para a rádio bandeirantes, pedindo para que eles me levassem para conhecer os jogadores, eu mandei um texto pra eles por mandar, nunca imaginava que com um texto eu ia conseguir conhecer os atletas que jogam no meu time, mas aí veio a surpresa, no outro dia pela parte da manhã, fui convidada para assistir o treino fechado da Ponte, e no final dele tirar fotos e pegar autógrafos com os jogadores, foi um grande sonho que realizei. Um mês depois, no dia 28 de Abril, a macaca foi para as Quartas de Finais contra o Corinthians pelo Campeonato Paulista, e o jogo? Aqui no Moisés Lucarelli. Por um motivo que eu não gosto de lembrar qual, não pude ir ao jogo, mas meu pai e irmão foram e o resultado final foi 4 a 0, perdemos feio, e como sempre meu time foi prejudicado com roubo da arbitragem, mas jogamos bem, estávamos eliminados, assisti o jogo pela TV [o que sempre me deixa nervosa] e ao ver 45 minutos do segundo tempo, olhei para a torcida da Ponte pela TV, a minha visão foi uma torcida linda, cantando, pulando, com faixas, bandeiras. Me veio na cabeça:- Essa torcida é muito linda... Com um time que nunca foi campeão de alguma coisa considerável importante para a CBF, faz essa festa toda, perdendo de 4 a 0, e ainda eliminada?...Não teve outra, eu comecei a chorar muito, não pela eliminação, e sim pela torcida, eu não conseguia falar, nem quase respirar direito, eu só chorava... minha mãe e irmã que estavam assistindo junto comigo, também se emocionaram, ficamos todos juntos, foi um dia de eliminação, e mesmo assim, ao término do jogo, peguei minha camisa da Ponte e sai na rua, afinal, eu não tenho vergonha desse time, haja o que houver, com a macaca eu estarei.
Já me perguntaram, quem são meus ídolos deste time, e eu respondi: Não tenho ídolos, por mim, os jogadores vão, e o que fica é a torcida, a história da Nega Véia, mesmo não tendo ídolos, tenho que citar o Dicá, o nosso grande Dicá de 77, e o Gigena, o Argentino que nos deu muita alegria num Dérbi com 3 gols dele, e uma vitória fantástica nossa em cima do Guarani no Brinco de Ouro. Dia 25 de Setembro, Foi um dia que ficou marcado, depois de 113 anos de história, a macaca jogou contra um time internacional, o Deportivo Pasto. Não sei como explicar tamanha emoção, meu time nunca jogou uma partida assim, e eu estava prestes a ver com os meus olhos, poder contar que eu estava lá no estádio no primeiro jogo internacional da Ponte. Simplesmente foi incrível, na semana desse confronto, todo local que eu ia, tinha vários com a camisa da Ponte. No dia do jogo, só tinha alvinegros na rua, estacionamento para o carro? Só em sonhos, o centro da cidade estava lotado, não tinha espaço nem para estacionar a bicicleta. Chegando ao estádio, filas enormes para a entrada, e várias pessoas esperando o jogo começar de fora, pois não conseguiram comprar ingresso. Na chegada da delegação, vários sinalizadores [que infelizmente estão proibidos de entrar no estádio] cantos, pulos, incentivos, rojões, etc. Ao adentrar o Majestoso, o que todos podiam ver era um verdadeiro caldeirão, varias bexigas, fumaça em preto e branco, e os bandeirões da Serponte e Torcida Jovem, o jogo? Foi o máximo, a torcida não parou um segundo, a Ponte saiu na vantagem com 1 a 0, e como o centro estava lotado, sai 5 minutos antes do fim para não pegar trânsito, minha casa fica a trinta minutos do estádio, fui subindo a rua a pé, e a metros de distância do estádio, estava torcendo por mais um gol, nossa vantagem tinha que aumentar, fui ouvindo o canto da torcida, e quando cheguei até meu carro, ouvi a linda torcida da Ponte fazendo um barulho extremamente alto, grande, forte, ecoando aquela região inteira, no bar que estava por perto, ouvi gol, e liguei rapidamente a rádio do carro, ouvi o hino, e a narração do gol, abri a janela do carro, coloquei a bandeira para fora, e gritei bem alto junto com a torcida:- POOOONTE POOOONTE POOOONTE... acabei perdendo minha bandeira, pois um Pontepretano passou de moto do lado, e puxou, fiquei feliz, ele beijou a bandeira tanto, dava pra ver o tamanho do orgulho pela Nega Véia, mas valeu a loucura, meu pai veio buzinando os 30 minutos, do estádio até em casa, foi uma verdadeira festa.
Outro grande jogo, foi Ponte Preta x Vasco, o famoso jogo de 6 pontos, a Ponte precisava ganhar, mas com um gol contra, saímos em desvantagem, não deixamos de apoiar, passamos por sol, chuva, frio, mas continuamos cantando e apoiando a Nega Véia até em baixo de uma grande chuva. No segundo tempo parou de chover, acho que o sol veio para iluminar um pouco a Ponte, muitos não acreditavam mais na reação do time, mas aos 34 minutos, o gol do empate, cantamos mais forte, e empurramos a bola que caiu nos pés de Uendel com a força das arquibancadas, para o gol da virada... EMOÇÃO, essa era a palavra e o semblante do rosto de cada um que estava ali, choro, cantos, e por fim, aliviados com o apito final, a Ponte Preta nos surpreendeu, nos ergueu, e nos mostrou que temos que acreditar até o fim.

Tenho que agradecer meu pai Irineu Ribas, por me fazer Pontepretana, e a minha família inteira, que sempre unidos vamos ao campo. Cada dia que passa, cada hora, cada jogo, cada minuto, cada vitória, empate ou derrota, sou cada vez mais Ponte Preta, eu digo e repito, Nasci Pontepretana, Cresci Pontepretana, e morrerei Pontepretana. Para fechar, aqui está uma frase do Maurício Noriega, que descreve muito o sentimento de torcer para a Nega véia... “Explicar a paixão, se fácil fosse, transformaria qualquer texto em poesia. Algumas paixões soam inexplicáveis, a não ser que sejam traduzidas por gestos, imagens e comportamentos. Um desses casos é a Ponte Preta, a Macaca de Campinas.”

2 comentários:

  1. isso sim é paixão pela nossa macaquinha..que linda historia fiquei impressionada com os detalhes me emocionei..e olha que grande parte dessa historia vivi com você minha filha...paixão não se explica se vive,amor incondicional á nossa nega véia...Ponteeeeeee macaca querida amor da minha vidaaaa

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  2. Quando eu escrevi que se há um torcedor simbolo, este seria jovem e honesto com seu time e sua torcida...voce faz o genero e a Ponte e todos nós, orgulhamos por voce ser esta pontepretana que é.

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