Minha história de amor por um time do
interior de Santa Catarina não começou de forma comum. Aquela coisa de pai pra
filho, de infância, não aconteceu comigo. Na verdade, nem de futebol eu gostava.
Tudo começou quando comecei a namorar um rapaz que gostava muito de futebol, torcedor
fanático do time da nossa cidade. Confesso que achava aquilo um pouco exagerado
da parte dele. Não entendia como alguém poderia rir, chorar, ficar nervoso e
até não dormir por causa de um time de futebol.
Certo dia, uma amiga que trabalhava nesse
clube me perguntou se eu queria fazer um trabalho extra nos dias de jogos, na
secretaria, resolvendo alguns problemas que poderiam a vir acontecer com
torcedores: carteiras de sócios, pagamento de mensalidades, coisas comuns em
dia de jogo. Eu aceitei o convite pelo dinheiro “extra” que iria entrar no meu
orçamento. Posteriormente, fui convidada a trabalhar de forma definitiva na
parte administrativa do clube. Como já era a área que eu atuava em outra
empresa, aceitei o desafio.
Com isso comecei a conhecer a história desse
clube, acompanhar a paixão que ele despertava nas pessoas da cidade.
Trabalhávamos em dias de jogos até a hora de começar a partida, quando então
estávamos liberados para assistir o jogo. Como meu namorado estava nas
arquibancadas, aproveitava para encontrá-lo e assistíamos os jogos juntos.
Aquilo foi se tornando uma coisa legal, passou a ser uma coisa muito legal, até
que se tornou uma coisa indispensável pra mim. Comecei a não só assistir, mais
torcer pelo time. Ficar apreensiva com o resultado positivo que não vinha,
vivenciar o futebol de forma mais intensa.
Até que em uma certa partida, com o estádio
lotado, a torcida fazendo sua parte na arquibancada, cantando seus tradicionais
cantos de amor ao clube, no campo a coisa não fluía bem. O time perdia o jogo
por 3 x 1, e faltavam apenas 10 minutos para o término da partida. Muitos
“torcedores” já tinham aceitado a derrota, mas os jogadores dentro de campo
não. E o que para muitos era um milagre, os jogadores tornaram realidade. Em 10
minutos o time marcou 3 gols e virou a partida!
O estádio explodiu em festa, uma coisa que
nunca tinha presenciado na vida. Pessoas que não se conheciam se abraçavam,
pulavam, correndo sem direção. Coisa de louco! E eu, nessa história, chorei. Isso
mesmo, não consegui segurar as lágrimas. Fomos embora extasiados, senti uma
alegria enorme. A partida virou um marco na minha vida de torcedora: depois
daquele dia não posso mais negar, eu tenho um time de coração, pelo qual sofro,
me alegro e me envolvo todos os dias. Um time pelo qual me disponho a sair da
minha cidade e viajar mais de 1000 km só
pra vê-lo jogar. Um time que me faz ficar ansiosa, pensando como vai ser a
próxima partida, qual o próximo título, enfim, um sentimento difícil de
explicar em palavras.
Afinal, é o clube de futebol que leva o nome
da minha cidade e representa com muita nobreza o meu estado.
Meu time de coração se chama CRICIÚMA ESPORTE
CLUBE, o maior e mais vitorioso time de SANTA CATARINA!
Bela história. Bem curiosa, pra falar a verdade, mas é linda, diferente... única. Futebol é uma coisa apaixonante, capaz de nos proporcionar risos, choros, raiva, alegria... Como uma montanha russa de emoções. Parabéns pelo texto e boa sorte ao seu Criciúma! Que faça um bom papel na séria A no próximo ano.
ResponderExcluir"Só entende a nossa loucura aqueles que são loucos como a gente."
Saudações Cruzmaltinas. /+/