Dizem
que o primeiro “jogo” envolvendo os rivais da cidade de Pelotas começou na
escolha das cores dos clubes. A intenção era ter os uniformes verde e amarelo,
mas devido a semelhança, pois o Pelotas escolheu as cores azul e amarela do
Clube Caixeral, o Brasil resolveu adotar as cores do Clube
Diamantinos (vermelho e preto).
Campeão Gaúcho de 1919:
Em 1919
o Brasil de Pelotas venceu seu primeiro e único Campeonato Gaúcho de sua
história. Naquela época, a competição reunia os campeões das regiões
Pelotas/Bagé e Porto Alegre/São Leopoldo.
Como
campeão da Segunda Região e do Campeonato de Pelotas (LPF), o Brasil disputou a
final contra o campeão da Primeira Região e campeão de Porto Alegre (APAD), o
Grêmio. O Xavante venceu a partida por incríveis 5 a 1, com três gols de
Proença, um de Alvariza e um de Ignácio. Máximo marcou para o Tricolor Gaúcho.
O jogo
foi realizado no Estádio da Baixada, no Moinhos de Vento com a presença de mais
de três mil torcedores. O GEB teve que fazer uma viagem de 16 horas entre
Pelotas e Porto Alegre de navio a vapor.
Conhecendo a América:
Em 1950
o Brasil viajou até o Uruguai para enfrentar a seleção local que se
preparava para a Copa do Mundo daquele ano que seria realizada no Brasil. O
clube gaúcho venceu a Celeste Olímpica pelo placar de 2 a 1, com gols de Darci
e Mortosa. Com a repercussão dessa vitória histórica, o Xavante 6 anos depois
partiu em uma excursão na América do Sul e Central, fazendo amistosos em nove
países diferentes. Foram mais de 100 dias viajando e o saldo foi bastante
positivo, tendo feito 28 jogos e saindo vitorioso em 16. Foram apenas 6
derrotas e outros 6 empates, marcando 75 gols e sofrendo 50 gols.
A
primeira parada da equipe Pelotense foi em Assunção no Paraguai. O clube
realizou seu primeiro amistoso em 14 de julho e perdeu por 3 a 0 para o Cerro
Porteño. Sem se abater, no dia seguinte a equipe venceu o Olimpia por 3 a 2. O
clube paraguaio estava a 20 anos sem perder uma partida para um clube
estrangeiro e seria mais tarde campeão nacional daquele ano.
Esta
viagem ainda teve passagens por países como a Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e
depois seguiu para a América Central, passando por Panamá, Honduras e El
Salvador. Retornando para a Colômbia, venceu o paraguaio Libertad, por 1 a 0 e
depois goleou o Magdalena por 5 a 0 encerrando a excursão em 24 de outubro de
1956.
O melhor momento:
Não tem
como negar que o melhor momento do Xavante foi na década de 80, mais
precisamente em 1985 quando alcançou o brilhante terceiro lugar no Campeonato
Brasileiro. O clube do interior gaúcho eliminou outros tradicionais clubes no
cenário nacional como Ceará, Bahia, Ponte Preta, além do poderoso Flamengo. Esta foi a melhor campanha da história de um clube do interior gaúcho em Campeonatos
Brasileiros, nem mesmo o Juventude (que já teve grandes momentos também),
conseguiu chegar tão longe.
“Nunca
fomos tão longe numa competição em nível nacional e com tantos clubes de ponta
do país. O trabalho da comissão técnica, iniciado em 83, com Luiz Felipe
Scolari (Felipão) e com Mortoza, depois seguido por Valmir Louruz, foi o marco
do grande sucesso. Nossos atletas vestiram a camiseta de paixão e se
contagiaram com o a explosão do nosso torcedor”, disse Rogério Moreira,
Presidente do GE Brasil em 1985.
Foi
neste ano inclusive que o Estádio Bento Freitas recebeu o maior público de sua
história. A partida valia vaga nas semifinais e foi disputada contra o Flamengo
de Zagalo, Zico e companhia. Nas semifinais, o clube foi eliminado pelo Bangu.
Tragédia:
Infelizmente, não é só de glórias que o Brasil de Pelotas
vive e em 2009 um triste marco em sua história foi escrito. Em preparação para
o Campeonato Gaúcho, no dia 15 de janeiro daquele ano, o Xavante voltava de um
jogo-treino disputado no Vale do Sol contra o Santa Cruz. Por volta das 23:30
na altura do km 150 da BR-392 (próximo ao município de Canguçu), o ônibus que
transportava a delegação do time tombou em uma curva e despencou de um barranco
de 40 metros, perdendo três membros naquela noite.
Morreram o preparador de goleiros Giovani Guimarães,
o zagueiro prata da casa Régis Gouveia e o ídolo uruguaio Cláudio Milar. Além disso,
as outras 31 pessoas envolvidas no acidente ficaram seriamente feridas e
algumas delas inclusive precisaram abandonar a profissão.
A possibilidade de abandonar a
disputa do estadual surgiu afinal o clube não teria estrutura para a
competição. Entretanto, a não disputa também traria outras graves consequências
e foi decidido a participação. O Brasil jogou oito partidas em 15 dias e venceu
apenas a última, pelo placar magro de 1 a 0 sobre o Novo Hamburgo. Era previsível
que aquele ano as coisas dariam errado e o Xavante acabou sendo rebaixado para
a segunda divisão do estadual.
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