sexta-feira, 9 de março de 2012

Incomparável?

                Certamente esse será um texto polemico e serei severamente criticado, mas é minha opinião como humilde pessoa que gosta e acompanha futebol. Pelé como dizem, é o Rei do Futebol, Atleta do Século e incomparável. Para nós, nunca ninguém irá superá-lo e defendemos com todas as nossas forças e chamamos de hereges aqueles que comparam alguém com ele, principalmente os mais velhos, aqueles irredutíveis a tudo que acreditam que sempre as coisas do passado eram melhores.
                Lionel Messi, um verdadeiro gênio da bola e do futebol moderno, mas ainda há aqueles que dizem não ser um dos maiores de todos os tempos porque não ganhou uma Copa do Mundo, esses mesmo que dizem que depois de Pelé, Zico foi o melhor, ironia não? Aqueles que dizem que ele tem que decidir uma Copa sozinho, coisa que nem mesmo Pelé fez. São coisas de futebol, coisas de brasileiros com um patriotismo ridículo.
                Não é impossível se comparar Messi a Pelé por causa que ninguém se compara ao rei, e sim porque ambos viveram em tempos diferentes, e em um futebol com estilos diferentes. Quanta coisa não mudou no esporte de lá para cá? Vamos primeiros dizer algumas tecnologias. Antigamente Pelé jogava com chuteiras pesadas, bolas pesadas e gramados mal cuidados comparados aos de hoje. Messi joga com tudo do bom e do melhor, graças a tecnologia que hoje podemos desfrutar, bom isso faz diferença.
                Mas agora podemos também levar em consideração a forma de jogar dos times de futebol. Onde antigamente o futebol tinha muitos espaços e hoje não. A diferença da marcação de antigamente para a de hoje é de um abismo. Veja bem, eu digo marcação e não desarme. Antigamente existiam “xerifões” que chegavam duro na bola assim como hoje, mas isso não é marcar um jogador e não deixa-lo pegar na bola e sim tentar um desarme. Quem não se lembra dos grandes lançamentos de Gerson, nos quais ele chegava a dar de dois a três passos para trás antes de chutar a bola como se fosse um verdadeiro lance livre. Será que isso é possível nos dias de hoje? Você imagina alguém tão talentoso como Gerson, um jogador de altíssimo nível livre e solto desse jeito? Certamente não.
                Fora que antigamente existia muito “bobo” no futebol. Times que além de fracos tecnicamente, eram fracos taticamente. Coisa que na verdade não era tão explorada como hoje. Um grande exemplo é o famoso “Carrossel Holandês” que simplesmente colocou a atual seleção Brasileira campeã do mundo na roda. Foi um dos primeiros times que você realmente via uma tática de jogo. De lá para cá, com estudo e informação, até as piores escolas do mundo, como as asiáticas estão aprendendo a jogar. Outro fator decisivo era a falta da globalização. Hoje em dia vemos o que Messi faz todo jogo, sabemos muito bem que ele é e como ele joga, porque temos essas informações em abundancia. E antigamente era assim? Será que técnicos cansavam de ver imagens de Pelé e de seus jogos para pensar em como não deixa-lo jogar?
                É claro que não estou dizendo que Pelé não deve ser considerado o que é, mas é um pouco obvio que temos que enxergar que uma hora ele poderá ser superado, que uma hora uma nova lenda tão grande quanto ele surgirá, diferente do que todos teimam em acreditar. Certamente Messi não fará o mesmo número de gols que Pelé fez, mas para um futebol moderno é claro que serão números expressivos. E certamente, se olharmos as maiores goleadas do Santos, teremos que destacar uma em que Pelé fez incríveis oito gols, no poderoso Botafogo de São Paulo, ou talvez o jogo que fez quatro gols, no incrível time do bairro da Água Branca em São Paulo, o Nacional. Sem ironias, não tem como comparar os dois jogadores, mas não porque Pelé é incomparável, mas sim porque vivemos hoje um futebol extremamente diferente do que foi vivido nas décadas de 60 e 70. Sei que muitos não concordaram comigo, mas sou um brasileiro “tirando o chapéu” para um argentino.

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