Ainda há esperança? Adriano Leite Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro, é atacante e começou no Flamengo. Saiu logo cedo da Gávea para ir jogar em campos italianos. Contratado pela Internazionale, apesar de ter marcado na sua estreia contra o Real Madrid em pleno Santiago Bernabeu, acabou sendo emprestado a Fiorentina e em seguida ao Parma (em acordo de copropriedade). Retornando a Inter, marcou quinze gols em dezesseis jogos, se firmando de vez como titular absoluto e ganhando o apelido de “Imperador”. Com a morte do pai em meados de 2006, a sua carreira começou a declinar, sendo emprestado ao São Paulo para que pudesse se recuperar. Foi o primeiro grande empréstimo de um jogador ao futebol brasileiro, começando ai essa ideologia de trazer grandes jogadores que não vem tendo grande rendimento no velho continente.
No São Paulo, apesar de não conduzir o time ao quarto título da Libertadores, teve boas atuações, marcando dezessete gols em vinte oito jogos. Retornando a Itália, fez uma campanha muito abaixo do esperado, e surpreendentemente desapareceu. Várias especulações surgiram, inclusive de sua morte, mas a verdade era que ele estava na favela onde nasceu com familiares. Adriano acabou sendo integrado na equipe do Flamengo e naquele ano, junto com o técnico Andrade e o meia Petkovic deram o título do Brasileirão ao Rubro-Negro. Após várias polemicas com bebidas alcoólicas e o trafico carioca, Adriano deixou o Flamengo e foi jogar na Roma, tendo de volta a oportunidade de brilhar em gramados europeus e voltar a ser o famoso “Imperador”. Mas sua passagem pela Roma não durou nem um ano, e foi anunciado sua saída em comum acordo, pelo seu baixo rendimento em campo e sua falta de conduta fora dos gramados.
Adriano chegou então no Brasil, contestado e negado por muitos. A verdade é que ninguém queria ter uma bomba como essa no elenco. Até mesmo o Flamengo foi barrado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, que apesar de contestado pela torcida na época, hoje mostra que estava com a razão. Quem arriscou foi o Corinthians, que após o sucesso com Ronaldo acreditou que poderia fazer o mesmo com Adriano. Dessa vez eles erraram e erraram feio. Fico me perguntando até agora aonde está aquele tal contrato de risco que tanto falavam. Acredito firmemente que ele nunca existiu e foi pura enganação pra amenizar a repercussão de contratarem uma incerteza.
O Imperador ficou quase um ano no alvinegro e não chegou nem perto das expectativas que todos esperavam. E o pior de tudo, os custos que ele trouxe ao clube e a falta de marketing que teve. Eu gostaria de saber qual contrato de risco me paga um salário de R$380 mil por mês? Qual contrato de risco me paga cerca de R$570 mil por partida disputada? E qual contrato de risco me paga R$2,3 milhões pelos míseros dois gols marcados? Certamente o Corinthians honrou muito o grito de “Bando de Loucos”.
Mesmo os adeptos da filosofia da segunda chance será que ainda acreditam na reabilitação do jogador? Ele claramente já teve diversas segundas chances e não as aproveitou. Alguém acredita que ele pode ainda voltar a jogar futebol? O jogador disse que tem ofertas de dois clubes brasileiros e dois clubes estrangeiros. Sinceramente, os clubes estrangeiros só podem ser chineses ou árabes para ainda acreditarem em tal jogador. Dois Brasileiros é obviamente que não existe, o único time realmente que deve estar querendo contar com o jogador seria o Flamengo.
Caso o Flamengo realmente decida trazer Adriano para jogar ao lado de Vagner Love e Ronaldinho, certamente estará dando um passo maior do que as pernas. Um time que até pouco tempo devia salários e ainda não é certo que essa divida esteja regularizada, arranjar mais um jogador caro e com o risco de passar um bom tempo parado, é certamente um negócio de muito risco, no qual o Flamengo não pode levar adiante. O time anda mal em campo, não convence e não atua bem. A torcida quer Adriano, se deixam iludir com o Adriano da primeira passagem e ignoram o estado atual dele. Só o tempo dirá se o Imperador terá mais uma chance.
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