A convocação do zagueiro Henrique certamente tirou o foco de
outra convocação que vinha sendo polemica no último ano. O goleiro Júlio César
que a tempos já estava garantido na Copa do Mundo esteve por meio ano parado
praticamente, sendo o terceiro goleiro de uma equipe de Segunda Divisão
Inglesa. Por mais que a divisão inferior na Inglaterra seja de um nível
aceitável devido ao valor de investimento dos clubes, em se tratando de seleção
Brasileira e que as opções eram muitas e boas e o fato de muitas vezes ele não
ficar se quer no banco, a decisão de não só convoca-lo, mas de também ser
titular era questionável.
O
importante era jogar não importa onde? Foi assim que Júlio César se transferiu
para o fraco Toronto, clube canadense que disputa o Campeonato Americano (MLS).
E o que isso tem haver com a famosa frase de Galvão Bueno que marcou a geração
dos anos 90? O caso é muito parecido com a do goleiro Taffarel em 1994.
Cláudio
Taffarel é conhecido como o goleiro que abriu as portas para os outros goleiros
brasileiros atuarem na Europa, quando se transferiu do Internacional para o
Parma da Itália. Ele havia sido o melhor goleiro brasileiro no final da década
de 80 e começo da década de 90. Entretanto, em 1994 foi emprestado do Parma
para o modesto Reggiana, time que acabara de ser promovida e que brigou a
temporada toda para não ser rebaixada.
Por
outro lado, havia outro goleiro aqui no Brasil no auge de sua carreira, Zetti.
O arqueiro do São Paulo havia vencido duas Libertadores e dois Mundiais em 1992
e 1993 e indiscutivelmente estava tendo atuações excepcionais. A sua convocação
veio, mas foi banco do goleiro que atuava no velho continente.
Certamente
Taffarel foi um jogador chave para a manutenção e permanência na Série a do
Reggiana, mas em termos de desempenho Zetti era superior. Sua titularidade veio
na confiança que tinha adquirido nos anos anteriores como goleiro do
Internacional, da Seleção e até no seu começo do Parma. Felipão aposta
justamente nisso em Júlio César: A tal confiança que o goleiro teve em sua
carreira na Internazionale, aonde chegou a ser considerado o melhor goleiro do
mundo.
Só que
os tempos são outros. A Seleção Brasileira já chegou a ter jogadores de times
do interior, mas naquela época a “globalização” era menor e o nível dos clubes
aqui no Brasil era melhor se compararmos com os grandes Europeus. Hoje a
disparidade é grande, podemos tomar com base o nosso Campeonato Brasileiro que
é fraco tecnicamente e até taticamente.
Eu
questiono essa “confiança”, pois apesar do goleiro ter feito uma boa Copa das
Confederações, o seu último ano de modo geral não foi nada satisfatório para
alguém que vestirá a camisa 1 da Seleção mais importante do mundo e em seu
próprio território. O que resta é esperar e torcer para que ele repita Taffarel
e faça defesas importantes que levem a Seleção para o Hexa.
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