Ao contrário do que costumamos ver por aí, não foi meu pai o motivo para
eu torcer pelo Vasco. Nem meu avô, tio, mãe ou alguém mais próximo. Até teve
uma incentivadora, minha prima de segundo grau, mas se eu não tivesse
acompanhado o futebol no final da década de 90, talvez demorasse mais a
descobrir o amor que tenho pelo Gigante da Colina.
Eu não vi Roberto Dinamite, mas tenho um orgulho enorme e me sinto
honrada por ter descoberto minha paixão na época de Juninho Pernambucano,
Edmundo, Pedrinho (ídolo e atual coleguinha de trabalho), Mauro Galvão,
Romário, Carlos Germano, Felipe, Ramon e outros que não me vêm à cabeça agora.
Comecei assistindo aos jogos, prestando atenção nos cantos entoados nas
arquibancadas, observando as cores, formas e a reação da minha prima. Posso
dizer que no primeiro jogo já senti que tinha alguma coisa especial ali. Não
estava errada!
Na mesma época a minha irmã, assim como eu, se encantou pelo clube de
São Januário e, juntas, comemoramos e choramos muitas vezes. Uma delas, aliás,
a derrota nos rendeu uma noite inteira de febre. Adivinha se nossa mãe não
ficou assustada com aquilo? Em consequência foi cortando o Vasco das nossas
vidas. Ou pelo menos achando...
Chegou 2006 e eu voltei a acompanhar os jogos. Se o nome é fanatismo,
sim, fiquei fanática! Sempre implorei para ir aos jogos, sem sucesso. Qual a
solução? Ir escondida. Quem nunca? Fui algumas vezes, mas num Vasco x Flamengo,
em 2008, ela descobriu. Era meu aniversário e simplesmente não apareci na festa
surpresa que prepararam. Estava no Maracanã. Vasco perdeu, mas que impotância
tem? Estava comemorando uma data importante ao lado da coisa mais importante
naquele momento: meu clube.
De lá pra cá vi dois rebaixamentos, um título da Copa do Brasil, corri
atrás do time campeão do aeroporto ao estádio, corri da polícia, discuti na
rua, saí cedo e cheguei tarde, perdi namorados, ganhei amigos dentro e fora do
clube, ganhei um marido, escolhi minha profissão, conheci ídolos, conheci muito
perna de pau, entrevistei ídolos, ganhei o carinho, respeito e admiração de
alguns. Resumindo: eu fui, sou e sempre serei feliz por ter escolhido o Vasco.
Instagram e Twitter: @EliseDuque
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