segunda-feira, 14 de julho de 2014

Andando em círculos!

                
                Mais um fracasso em Copas do Mundo e o velho discurso clichê de quem não sabe o que houve ou não sabe como prosseguir volta à tona: Reformulação. Só pode existir um campeão em uma Copa do Mundo, então além da Alemanha que foi vencedora dessa vez as outras 31 seleções precisam mudar completamente o que fizeram? Não né? Então porque sempre que se fala em reformulação aqui no Brasil significa mudanças drásticas? Certamente desta vez foi diferente, afinal o Brasil foi eliminado vergonhosamente. Uma vergonha que vai durar muito mais que a final de 50, mas precisamos tirar lições valiosas dessa derrota e encaminhar o futuro do futebol brasileiro de uma vez por todas para frente e não ficar dando voltas em circulo.
                Vale lembrar que depois do fracasso de 2010 (seleção que estava mais preparada), o técnico Dunga foi duramente criticado e sua maneira de dirigir foi questionada. A grande critica era que deveríamos parar de querer jogar como Europeus e deveríamos voltar a jogar como Brasileiros, futebol arte, “alegria e ousadia” e claro, cansaram de enfatizar a não convocação dos meninos Ganso e Neymar. Hoje, todos pegam a Alemanha como exemplo, um time tático e Europeu. Irônico não é mesmo?
                A verdade que estamos rodando em círculos e achamos que o Penta nos faz a seleção mais poderosa do mundo e isso basta. Errado! Essa arrogância só tem nos atrapalhado e a própria Alemanha “encostou” alcançando o seu Tetra. Vale resaltar que o desempenho dos alemães em Copas do Mundo é mais regular que o brasileiro e mesmo não vencendo alcança posições e futebol que os colocam no caminho certo. Você acredita que a seleção de 2010 para 2014 teve evolução? Os jogadores que temos hoje são melhores que os de 2010 de modo geral (não todos), o fato de jogar em casa, tudo isso deveria contribuir para ao menos sair de pé, e não foi assim.
                Não faltou talento para a seleção brasileira, faltou humildade, dedicação e trabalho! Foram poucos treinos e muitas fotos em Instagram. A saída de Felipão já ajudou bastante, não pelo fato da derrota no Mundial, mas sim por não reconhecer o fracasso e não ter a humildade de perceber o óbvio: que mudanças precisam ser feitas.
                Do que o Brasil precisa para voltar a ser uma seleção regular? Um treinador que saiba aproveitar tanto o talento individual como o coletivo da equipe. Hoje só na habilidade você não consegue vencer todos os jogos, ainda mais se você jogar contra uma seleção com talento semelhante ou até superior como foi à Alemanha. O grande problema é você encontrar um treinador brasileiro hoje capaz disso.

                Outras mudanças precisam ser feitas. Na cúpula da CBF que está mais preocupada com o dinheiro e seus patrocinadores, mas como fazer isso em uma instituição tão corrupta? Na mídia, que faz de um jogador bom ser o “novo Pelé”, “novo Garrincha”, “novo Romário” e que querem transformar o futebol brasileiro numa Espanha com apenas dois times. Nas leis, como a tal Lei Pelé que tem favorecido cada vez mais empresários e jogadores meia boca ganhando uma fortuna. Essa reformulação é longa, e não será exatamente para 2018, quem sabe 2022, mas como no Brasil tudo é mais devagar, a esperança mesmo é em 2030 no centenário das Copas.

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